Se seguir as normas ninguém trabalha? Será que isso é verdade?
Olá queridos amigos e amigas da engenharia de Estruturas do Brasil, aqui quem vos fala é o Eng. Felipe Jacob, calculista de estruturas metálicas.
Você já deve ter se deparado com uma construção executada totalmente fora dos padrões de qualidade e segurança exigidos pelas NBRs… e pode ter se perguntado: Se não atende às normas, por que ainda não caiu?
Pois é, infelizmente é comum ouvir isso de construtores experientes e o que é mais surpreendente, até de alguns engenheiros. Dizem que a norma “tem muito fator de segurança”, que se seguir ela à risca não dá pra fechar nenhum orçamento, etc.
Quem diz isso ou pensa assim, deixa claro que não compreende todos os aspectos das NBRs. Vou tentar esclarecer alguns pontos para que você possa argumentar quando se deparar com esse tipo de questionamento:
“A norma adota fator de segurança muito alto”… em primeiro lugar, nossa norma trocou o antigo Método das Tensões Admissíveis pelo Método dos Estados Limites, um método mais eficaz e seguro, com raízes na indústria aeronáutica, onde o peso é fator tão importante quanto a segurança, ou seja, adotá-la significa garantir segurança com o menor peso possível. Esse fator de Segurança gira em torno de 45% e existe para cobrir as possíveis aleatoriedades das cargas de vento, sobrecargas e etc. Não adotá-la é assumir riscos comprovados por 60 anos de estudos estatísticos. Se você tiver sorte, pode passar 50 anos sem que o vento atinja as velocidades previstas pela norma, mas aí já não se trata de engenharia mas sim de uma loteria e irresponsabilidade.
“Não é possível projetar estruturas leves seguindo a norma”. Quem diz isso com certeza não conhece os recursos que podem ser usados: Contraflechas em vigas, coberturas, enrijecedores em bases de pilares e ligações, geometrias mistas entre treliças e perfis laminados, adoção de recursos para aliviar as cargas de vento como lanternins, venezianas, etc. Muita gente que diz isso simplesmente lança a estrutura no software e manda ele “calcular o mais leve”. Aí não vai atingir resultado bom de forma alguma e coloca a culpa na norma. Tem que dominar o assunto, não adianta.
“Não dá pra concorrer com empresas que não seguem a norma”. Isso é verdade. O Mercado visa preço e se você competir com uma empresa que não segue os procedimentos corretamente, e constroem estruturas subdimensionadas você vai perder sempre. Felizmente isso já não me preocupa nos dias de hoje. Eu sempre digo a todos os meus alunos “Você não vai fechar 100% dos orçamentos que fizer, não se iluda, ponha os pés no chão e invista na sua divulgação”. O segredo é fazer as probabilidades trabalharem a seu favor. Quanto mais orçamentos você fizer maiores são as chances de fechar um projeto ou uma obra da maneira correta e pelo preço justo. Invista no seu marketing e pare de brigar somente no preço. Tenha a meta de receber 5 a 10 pedidos de orçamento por dia e você vai ver que o mercado não é esse tanque de tubarões que muitos pensam ser. Invista em um bom site, campanhas de Google Ads, vá em feiras, entregue cartões nas lojas de aços, eletrodos, etc. jamais pare de divulgar, é um trabalho eterno. Serviço não cai no colo.
Então é isso… espero que tenha sido útil essas informações e que eu possa ter ajudado a conscientizar que nossa norma é boa, o que falta muitas vezes é conhecimento por parte dos construtores e clientes inclusive.
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Grande abraço!
Eng. Felipe Jacob
Parabéns Eng. Felipe, hoje eu acredito que VC Seja uns dos engenheiros com grande representatividade no Brasil, respeito muito o seu profissionalismo e atenção pelo cuidado com os métodos e as prescrições normativas as quais diferem “homens de meninos”.
Parabéns!!
Thank you for your sharing. I am worried that I lack creative ideas. It is your article that makes me full of hope. Thank you. But, I have a question, can you help me?