A escultura que mudou o jeito de ensinar ligações em aço

Duane Ellifritt, um professor especialista em projetos de construção de aço e professor emérito do curso de engenharia civil na universidade da Florida ganhou o apelido de “homem de aço”.

Ellifritt havia se deparado com um problema: seus alunos tinham dificuldades em visualizar ligações 3D, e não era fácil levar os estudantes a excursões para ver estruturas reais. Nem sempre havia viagens disponíveis e os empreiteiros não ficavam muito felizes com visitas de alunos em um local de trabalho.

Então, Ellifritt começou a trabalhar em uma solução.

O professor começou a pensar sobre como as pessoas veem essas conexões em três dimensões, e sua primeira ideia foi construir um modelo 3D e colocá-lo sobre rodas para levá-lo para as salas de aula. Porém, não era muito prático, afinal, ele teria que guardar o modelo de rodinhas em algum lugar quando este não estivesse usando.

Então surgiu uma ideia melhor: criar uma escultura e colocá-la ao ar livre onde todos os estudantes da universidade pudessem vê-la sempre que quisessem. A ideia era perfeita, mas o professor Ellifritt teria um grande obstáculo pela frente: a administração da Universidade não demonstrou o menor interesse no projeto.

Para convencê-los, Ellifritt teve que fazer uma apresentação diante um comitê composto por todos os professores da universidade, mas antes, pediu para o reitor que lhe escrevesse uma carta apoiando a sua ideia.

Depois de muito argumentar, eles concordaram em deixar construir a escultura, mas com uma condição: ela deveria ser construída na parte de trás do prédio de engenharia, onde não teria a visibilidade que ela merecia. Além disso deixaram claro que a universidade não ajudaria com um único centavo para cobrir os gastos para a construção da escultura.

Pelo menos o primeiro desafio foi vencido, ele já havia conseguido convencer a universidade a aceitar o projeto, mas havia outro problema: como conseguir dinheiro para bancar o projeto? Ellifritt queria tanto que seu projeto virasse realidade, que se esforçou ao máximo. conseguiu patrocínio de um fabricante de estruturas de aço, chamou seus alunos para ajudar e assim começaram a construção da escultura.

Inicialmente, seu proposito era ajudar apenas os seus alunos a visualizar melhor as ligações, mas a ideia deu tão certo que Ellifritt foi convidado para apresentar seu projeto em uma reunião do AISC(American Institute of Steel Construction) com professores de engenharia de diversas localidades. Após a apresentação vários professores adoraram a ideia e começaram a procura-lo pedindo os desenhos para fazer esculturas similares em suas universidades.

Desde então, a AISC começou a promover a ideia com o intuito de começar uma cooperação entre fabricantes professores em diversas universidades mundo a fora. Apenas reduziram o tamanho da escultura e deixaram disponíveis os desenhos para as universidades que desejarem construir a escultura. Também oferece ajuda com contatos de fabricantes e fornecedores.

Atualmente existem cerca de 170 esculturas de aço espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil. Na UPF (Universidade de passo fundo) a ideia partiu do professor Zacarias Chamberlain. Na ocasião, ele teve a ajuda da empresa Metasa e desde 2009 a escultura está instalada na universidade na área externa da CETEC (Laboratórios de Engenharia Civil da UPF).

A escultura original do professor Duane Ellifritt foi construída em Gainesville na universidade da Flórida em 29 de outubro de 1986, sua ideia que começou com o intuito de ajudar seus alunos acabou ajudando milhares de pessoas mundo afora, tudo graças à persistência e amor ao ensino de estruturas de aço.

Duane Ellifritt faleceu em 22 de Janeiro de 2018 aos 82 anos, e deixou um grande legado na forma de ensinar dimensionamento de estruturas de aço. deixamos aqui nosso agradecimento ao grande “Homem de aço”

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Grande abraço e até a próxima.
Esse artigo foi escrito por Nayara Correia da equipe Calculista de Aço